Café verde e óleo de linhaça contra o câncer de pele

Departamento de Ciências Farmacêuticas


atualizado 2 meses atrás


Uma solução com gotículas extremamente pequenas, de tamanhos que variam entre 10 e 200 nanômetros (um fio de cabelo tem uma espessura de 100 mil nanômetros), com matéria prima natural e que pode ajudar na proteção da pele contra os raios solares.

Esta é a definição da nanoemulsão que está sendo desenvolvida por um projeto ligado ao Centro de Ciências da Saúde e coordenado pela professora Sandra Regina Georgetti, do Departamento de Ciências Farmacêuticas.

Atualmente, o projeto, que teve início em 2020, já concluiu sua primeira fase de testes, em animais, e se prepara para testes em seres humanos para poder ter viabilidade comercial. Além de Sandra, participam como colaboradores os professores Nilton Arakawa, Audrey Stinghen, Marcela Baract e Renata Matinez, também de Ciências Farmacêuticas.

Como consultores, participam os professores Rubia Casagrande, do mesmo Departamento, e Waldiceu Verri, de Ciências Patológicas.

A gênese do projeto está na pesquisa de mestrado de Claudia Tiemi Nakano (orientada pela professora Sandra e defendida em 2022) e, todos os anos, participam quatro estudantes bolsistas de Iniciação Científica pelo CNPq e pela Fundação Araucária, além de participantes “agregados”, que mesmo sem bolsa, dispõem-se a participar.

Por que “nanoemulsão”?

A emulsão é uma fórmula farmacêutica conhecida, na qual dois componentes imiscíveis (que não se misturam) se unem sob determinadas condições de pressão e temperatura. Geralmente, essas combinações contam com duas fases: água e óleo.

O prefixo “nano” diz respeito ao tamanho das partículas que compõem essa composição (1 nano = 1 bilionésimo de metro). No produto em questão, a escolha da fórmula nanoemulsionada se deu pela eficiência de penetração na pele.

A professora Sandra Georgetti explica que as nanoemulsões garantem vantagens em aplicações na pele, como, por exemplo, na penetração cutânea e subcutânea. Além disso, são mais fluidas, com uma textura que favorece a aplicação e o espalhamento na pele.

Por serem formadas por componentes aquosos e oleosos, as nanoemulsões precisam garantir que a veiculação destes seja realizada de forma satisfatória em produtos para a pele. E é neste ponto que o tamanho diminuto das partículas dá sua colaboração.

No produto desenvolvido pelo projeto, a parte oleosa é ocupada pelo óleo de linhaça, que tem sua solubilidade melhorada por ser usado em partículas muito pequenas.

É feito do quê?

Os componentes principais são o óleo de linhaça e o extrato de café verde. A escolha se justifica pelo caráter antioxidante e anti-inflamatório destas substâncias naturais, já confirmado por testes preliminares.

A professora Sandra lembra que são componentes acessíveis, de baixo custo e de fácil aumento de escala.

Sobre o aproveitamento do óleo de linhaça, a professora ressalta a presença do ômega 3, conhecido por seus benefícios para a saúde.

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