Infectologista alerta para dinamismo do vírus da COVID-19 e que Brasil vive segunda onda

Departamento de Pediatria e Cirurgia Pediátrica


atualizado 2 meses atrás


Passados nove meses da confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil, no final de fevereiro, a população demonstra um comportamento que mistura desdém e desinformação sobre a gravidade da pandemia que já custou mais de 160 mil vidas. Depois de experiências traumáticas de fechamento de serviços, shoppings, comércio e cancelamentos de todos tipos de eventos, o país assiste surpreso nova expansão da doença.  Em Londrina, somente na penúltima semana de novembro, foram registradas 184 novas confirmações da doença em um único dia. Desde o início da pandemia já foram 342 vítimas da Covid-19.

Todas estes fatos acontecem quando autoridades de saúde imaginavam ter vencido o primeiro round contra a doença. No Paraná cerca de 290 leitos exclusivos foram desativados em várias regiões. A medida, no entanto, precisou ser revista frente ao surpreendente crescimento da doença, a começar por Curitiba, onde foi registrado aumento na procura por atendimento e internação.

Para a médica infectologista Jaqueline Dario Capobiango, professora do Departamento de Pediatria e Cirurgia Pediátrica da UEL, que integra a Comissão de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Universitário (HU/UEL), a pandemia de Covid-19 demonstrou ser dinâmica e vários são os fatores que interferem na progressão do número de casos. Ela atesta que o país vive o que se pode definir como segunda onda da doença, provocada pelo afrouxamento das medidas de contenção do vírus pela população, principalmente associado aos feriados recentes, quando as pessoas fizeram viagens e reuniões em grupos.

“As medidas de prevenção são eficazes se associadas e realizadas por todos, portanto, tem que ser visto como um problema da comunidade. Uma pessoa no seu ambiente que não realize todas medidas pode comprometer a segurança de todas as outras”, afirma ela. Por outro lado, a experiência de tratamento desde a constatação do primeiro caso confirmado melhorou muito com estudos documentados, consultas precoces, uso de corticoide no momento adequado e a pronação do paciente (posição de bruços) para melhorar a oxigenação dos pulmões.

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