Régua e compasso remotos
Departamento de Matemática
atualizado 3 meses atrás
A professora Maria Bernardete Barison, do Departamento de Matemática (CCE), foi uma entre toda a comunidade docente que se viu, de uma hora para outra, impedida de ministrar suas aulas normalmente, em razão da pandemia de Covid-19 e consequente necessidade de isolamento. Em 2020, ela ministrava a disciplina de Desenho Técnico para o 1º ano do curso de Agronomia. “Na época, fomos pegos de surpresa. Em casa, ficava pensando em alternativas e aguardando orientações e ideias dos colegas”, comenta. Concluiu que precisava, rapidamente, encontrar uma metodologia que substituísse as aulas presenciais.
Assim, a partir de diálogos e troca de iniciativas de outros professores em grupos virtuais, ela concebeu o projeto de ensino “Imigração das Aulas de Desenho Técnico para o Modelo Remoto”, que teve início ainda no final de 2020. A professora conta que corria contra o tempo, a fim de reduzir o impacto da falta de aulas. “Mas como fazer?”, ela indagava, considerando que sua disciplina exigia o uso de instrumentos (como régua, compasso e esquadro) e softwares adequados. E nem todo aluno dispunha disso em sua própria casa.
Embora a realidade tivesse pegado todos desprevenidos, a professora Maria Bernardete tinha familiaridade com a plataforma Moodle desde seu Doutorado (concluído em 2015, na USP), além dos dois encontros Virtuel, realizados em 2020 e 2021, justamente para discutir a capacitar os docentes para o ensino remoto na UEL.
A professora decidiu gravar videoaulas e disponibilizá-las no Google Classroom, plataforma criada pelo Google para gerenciar o processo de ensino e aprendizagem, um espaço virtual interativo e com diversas ferramentas úteis. Segundo ela, a necessidade de continuar as aulas exigiu respostas rápidas, sem possibilidade de estudos teóricos precedentes. Tanto assim, que o “estúdio” foi montado em sua própria casa. Engenhosamente, ela instalou um smartphone acima dela de modo a focar a mesa e os desenhos. São dezenas de aulas.
Como o projeto acabou extrapolando, a professora produziu não apenas aulas para a disciplina de Agronomia, mas também para Engenharia Civil (Geometria Descritiva) e Design Gráfico (Desenho Geométrico), com conteúdos comuns e específicos de cada curso. As aulas eram assíncronas, ou seja, os alunos podiam assistir quando lhes conviesse. “Tínhamos alunos que trabalhavam o dia todo, e podiam ver à noite”. Além dos vídeos, a professora promoveu encontros para tirar dúvidas, complementar conteúdo e dar e receber feedback dos estudantes.