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Departamento de Economia
atualizado 4 meses atrás
Com a Creditação Curricular da Extensão na UEL, estabelecida pela Resolução Conjunta nº 039/2021 dos Conselhos de Ensino, Pesquisa e Extensão, e Conselho de Administração (CEPE/CA), os cursos de graduação têm se concentrado em cadastrar atividades já existentes, criar, renovar ou reformular projetos.
De acordo com a professora Irene Domenes Zapparoli, seu departamento (Ciências Econômicas) possui atualmente 12 projetos de extensão, que mobilizam corpo docente e discente, além de outros colaboradores, com o duplo objetivo de prestar atendimento à comunidade e melhorar a qualificação dos futuros profissionais.
Irene, junto com os professores Emerson Guzzi Zuan Esteves e Aricieri Devidé Júnior, desenvolvem três projetos, de certa forma integrados, considerando sua atuação e formação profissional. Os próprios professores falam dos três como se fossem um só. São eles: Perícia Ambiental, Economia Trabalhista e Economia Jurídica.
Coordenado pela professora, o projeto “Teoria e prática em perícia ambiental: compartilhamento de saberes em londrina e região” existe desde 2022 e consiste em avaliar ações antropogênicas que causem danos ambientais e precisam de elaboração de laudos judiciais e extrajudiciais demandados pela comunidade.
O projeto nasceu de uma demanda de Cambará, município do Norte Pioneiro, limítrofe com o estado de São Paulo, a mais de 100km a nordeste de Londrina.
Prefeitura e Ministério Público daquela localidade solicitaram assistência em razão da coleta e tratamento de lixo, principalmente conscientização e orientação. Em resposta, foi criado, ainda em 2023, um projeto que oferece treinamento aos membros da cooperativa de recicláveis de lá – curiosamente, quase só mulheres – mas estende ações a escolas e, num futuro próximo, a toda a comunidade. Cambará tem cerca de 23 mil habitantes.
Conforme relata o professor Emerson, é importante conscientizar corretamente sobre os resíduos, sob pena de perder muito material que poderia ser reciclado ou vendido, e gerar renda. Ele conta que Cambará tem um aterro e, bem próximo, um barracão onde trabalham os coletores de material reciclável.
A professora Irene observa que os alunos envolvidos no projeto têm realizado uma série de ações, como preparar tabelas de preços de produtos recicláveis. O foco tem sido principalmente na cooperativa. Um próximo passo será saber, com mais detalhes, sobre os principais geradores de lixo da cidade: as residências. E sempre com um olhar de diálogo: “Eles têm muito a nos ensinar”, sentencia a professora. Ela já teve mostras destes outros saberes com o pessoal da cooperativa. Segundo ela, não são apenas coletores, mas dominam outras tarefas. Por exemplo, dirigir os veículos utilizados no trabalho, como uma motocicleta que traciona um carrinho, ou o caminhão que deposita material no aterro ou no barracão. “Elas possuem uma forte visão de si mesmas”, comenta.
Ainda são muitos os desafios, como os cuidados com a segurança, limpeza, preços baixos, alguma resistência a EPIs (equipamentos de proteção individual) e até a concorrência com os coletores informais. Por outro lado, a professora Irene coordena o projeto com a experiência de muitos outros projetos ambientais, orientadora de pesquisas e autora de oito livros sobre o tema.