Projeto usa ciclo de vida das abelhas para difundir conceitos de sustentabilidade em escolas

Departamento de Biologia Geral


atualizado 1 mês atrás


O projeto “Guardiões das Abelhas: educando para preservar”, recentemente aprovado pelo Programa de Extensão para Sustentabilidade Territorial no Paraná e Mato Grosso do Sul, desenvolvido pela Itaipu Binacional, está atendendo escolas de Londrina e Cambé, difundindo conceitos de sustentabilidade por meio do papel das abelhas na preservação do ambiente. O projeto foi contemplado com duas bolsas beneficiando uma estudante de graduação e uma de pós-graduação que atuam nas escolas em oficinas e no apoio pedagógico das atividades.

Segundo a coordenadora do projeto, professora Silvia Helena Sofia, do Departamento de Biologia Geral do Centro de Ciências Biológicas (CCB), além dos bolsistas, outros cerca de 20 alunos de graduação atuam nas oficinas e nas atividades desenvolvidas nas escolas públicas e particulares. Ela conta que essa interação com estudantes e professores da rede pública e privada ocorre há mais de 10 anos, sendo que há cerca de um ano a atividade foi cadastrada como projeto junto à Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Sociedade (Proex). Posteriormente o programa foi inscrito junto ao edital da Itaipu, e contemplado juntamente com outros 10 projetos desenvolvidos por extensionistas da UEL.

Ela explica que o trabalho oferece um suporte em aulas com temática ambiental, a partir do papel das abelhas na natureza. “Hoje vivemos um declínio das populações destes insetos”, sustenta a professora. Em todo o mundo são conhecidas e identificadas 20 mil espécies de abelhas, 2 mil no Brasil. O papel delas na natureza é importante na medida em que são insetos polinizadores, fundamentais para a produção de alimentos.

A redução da população está diretamente relacionada ao uso extensivo de agrotóxicos na agricultura, aliado às queimadas, poluição e mudanças climáticas. Segundo a professora, o trabalho nas escolas é uma forma de conscientizar crianças sobre a importância da conservação dos recursos naturais, promovendo a educação ambiental.

As estudantes de pós-graduação em Ciência Biológicas da UEL, Isabela Toninato Tavares e Giovana César, são responsáveis em levar as informações para os alunos das escolas. Elas esclarecem que o trabalho inclui demonstrar materiais como vídeos, banners, o interior de colmeias e caixas entomológicas (que trazem amostras de insetos). Segundo as pós-graduandas, as crianças são bastante receptivas à informação e acabam se tornando multiplicadores, repassando o conteúdo sobre sustentabilidade a familiares e amigos.

Pioneirismo

A Secretaria Municipal de Educação de Londrina desenvolve desde 2022 o projeto Abelhas sem Ferrão que consiste em levar o ciclo de vida do inseto e os impactos ambientais. A iniciativa teve início em três escolas municipais e deverá ser ampliada para outras 25 unidades da rede, a partir de recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No ano passado o projeto captou R$ 40 mil e este ano um novo edital prevê o investimento de outros R$ 50 mil para o desenvolvimento de atividades pedagógicas sobre ecologia. 

Segundo a responsável pelo Apoio Pedagógico em Ciências, da Secretaria de Educação de Londrina, professora Cristina Borba, além de levar o ciclo das abelhas, o projeto prevê o cultivo de hortas nas escolas. Ela explica que essas atividades são importantes porque envolvem os alunos e os ajudam a se relacionarem com as questões ambientais. A professora explica que o papel dos extensionistas da UEL está relacionado à formação de professores e no apoio a estudantes. “A importância das abelhas é fundamental para a comunidade escolar entender a polinização, a preservação ambiental e a biodiversidade”, define.

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